Socó

Socó-dorminhoco

O socó-dorminhoco é uma ave pelecaniforme da família Ardeidae.

Conhecido também como garça-cinzenta, sabacu, savacu-de-coroa, sabacu-de-coroa (Bahia), taquari ou taquiri (Pará), taiaçu (algumas regiões da Amazônia), dorminhoco (Rio Grande do Sul), socó, garça-dorminhoca, guacuru ou guaicuru, arapapá-de-bico-comprido, garça-da-noite ou ainda savacu. O nome socó-dorminhoco deve-se ao fato de esta ave passar boa parte do dia dormindo, porém na verdade trata-se de uma espécie predominantemente noturna.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (grego) nuktikorax = pássaro de mau presságio mencionado por Aristóteles, Hesychius e outros autores, provavelmente uma espécie de coruja, mas por muito tempo associada com uma garça da noite; do (grego) nux, nuktos = noite; e korax = corvo. ⇒ Corvo da noite ou pássaro de mau presságio.

Características

Apresenta o alto da cabeça e o dorso negros, asas cinzentas, olhos grandes e vermelhos, e duas ou três penas nucais brancas. O imaturo, que apresenta uma coloração marrom-clara malhada com tons mais escuros, pode ser confundido com o imaturo de socó-boi (Tigrisoma lineatum), que é maior e mais alongado, e com o de socó-boi-baio (Botaurus pinnatus), que mantém a coloração “carijó” mesmo quando adulto e apresenta bico e pescoço mais longos e finos. Mede cerca de 60 centímetros de comprimento. É interessante notar que esta espécie quando jovem apresenta uma cor amarelada nos olhos, que após adulta fica avermelhada.

Alimentação

Alimenta-se de peixes, anfíbios, crustáceos, insetos, pequenos répteis, pequenos mamíferos e filhotes de outras aves. Pesca às vezes sobrevoando águas profundas.

Reprodução

A época reprodutiva é entre setembro e janeiro. Ambos os sexos participam da construção do ninho, da incubação de até cinco ovos assincrônicos, de cor esverdeada ou verde-azulada, entre 21 a 24 dias, com os filhotes permanecendo entre 30 a 50 dias no ninho. Reproduz-se em colônias, em ninhos construídos entre 1 e 7 metros de altura. Geralmente nidifica em colônias mistas de tamanho e densidade variáveis. Os filhotes começam a nascer em novembro, culminando o abandono da colônia em meados de janeiro. O principal predador da colônia é o urubu, que preda os ovos no início da temporada e os filhotes no final.

Hábitos

Vive em bordas de lagos, lagoas e rios. Ave de hábito noturno e crepuscular. Durante o dia repousa em galhos de grandes árvores. Tem hábito de colocar o bico sobre o peito verticalmente para dormir.

Uma das garças mais cosmopolitas, nos países mais frios é migratória e forma grupos grandes, enquanto nos países tropicais é geralmente solitária. Pode ser encontrada quase em qualquer local onde haja água e peixes ou anfíbios, desde pequenos lagos artificiais até costões rochosos no mar. Seu modo de caça principal é “senta e espera”, mas também pode usar seus longos dedos para cutucar o lodo e as pedras de rios e lagos, espantando assim pequenos peixes que são capturados com precisão. Os imaturos são mais diurnos do que os adultos, mas passam a caçar mais à noite conforme vão crescendo. Em locais onde existem muitos pescadores, alguns socós aprenderam a pegar pequenos peixes descartados pelos pescadores. Em alguns pesque-pagues chegam até mesmo a deixar de pescar por si próprios e se aproximam dos pescadores ao menor sinal de movimento na vara, alguns até mesmo pegando os peixes diretamente da mão das pessoas. O problema deste hábito é que muitas vezes acabam se enroscando em anzóis e linhas, o que pode levá-los à morte por hemorragia ou asfixia.

Fotos cedidas: Branco Melo