ECONOMIA

Economia

Com a decadência do sistema colonial ao final do século XIX, predominou a cultura de subsistência em pequenas lavouras de mandioca. O processo agrícola ainda é arcaico e consiste da derrubada de mata (roçado), que posteriormente é queimada, empobrecendo ainda mais o solo, que vem já sendo utilizado há gerações. As matas originais praticamente não existem ou são raras.

Além da mandioca (na região há uma grande variedade de subespécies) para a produção de farinha de mandioca: farinha d’água, farinha seca ou branca e polvilho tapioca, cultivam-se o arroz, milho, feijão do tipo 'vinagre', quiabo, maxixe, abóbora (jerimum) e outras curcubitáceas, além de ervas e leguminosas. Porém estas culturas não ultrapassam o índice relativo à pequena escala de produção, típico da cultura de subsistência.

O fabrico da farinha d'água (recebe este nome pois a mandioca é imersa em água e passa por um processo de apodrecimento) na região é totalmente artesanal, sendo muito comum encontrar nos povoados casas de forno de farinha, cujo modelo é remanescente do período colonial, contudo nas três últimas décadas com a instalação de redes de energia elétrica, foram agregados outros recursos, como trituradores, que muito têm auxiliado a produção de farinha.

A criação de gado é uma atividade herdada também do tempo colonial. Não há grandes rebanhos, visto que as terras cedralenses não são propícias ao pasto. O boi é ainda é um animal de transporte de cargas, sendo ainda comum o uso do carro-de-bois. A carne bovina consumida diariamente em Cedral é proveniente de rebanhos de outros municípios, a saber: Pinheiro, Mirinzal e Central do Maranhão.

O pequeno latifúndio, geralmente sítios e quintais, também favorece a criação de aves, suínos e asininos, bem como o cultivo de árvores frutíferas, hortas de verduras, plantas medicinais, ervas comestíveis e condimentos, como por exemplo, o cheiro-verde, muito comum no tempero de peixes e mariscos.

A população habitante da zona rural pratica constantemente o extrativismo do babaçu, juçara, buriti, guajeru, bacuri, caju e murici. A flora cedralense é um misto de espécies da floresta pré-amazônica, principalmente, do cerrado e de vegetação típica da zona costeira do Maranhão, apresentando uma extensa e rica área de manguezais. A caça predatória praticada deliberadamente ocasionou a extinção de alguns animais, como a paca, o veado suaçu, veado carioca, a cutia, o quati, o caititu etc. e as aves como a sururina, a saracura-três-potes ou siriquara, a juriti, a perdiz, o jacu, o socó, o aracuã e etc…

Os manguezais são um viveiro natural para uma infinidade de mariscos e peixes, que dependem do ecossistema do mangue para alimentação e reprodução. Espécies como o guará e a garça dependem diretamente dos manguezais.

A pesca é um dos pontos fortes e a segunda fonte de renda das famílias cedralenses. A atividade é anual, com intervalos que dependem da influência das marés, dos ventos e das chuvas. Na pesca são utilizadas redes de nylon que são tramadas artesanalmente pelos próprios pescadores. São utilizados barcos de pesca fabricados em pequenos estaleiros comunitários na própria região, cujo trabalho também artesanal é uma herança portuguesa. Estes barcos são mencionados no hino cedralense, servindo como meio de transporte para a capital São Luís. Existem outros tipos de embarcações como a taroa, o catamarã, a biana e etc… o tráfego de canoas é mais comum nos igarapés.

A pescada (Cynoscion acoupa) e o camarão (Farfantepenaeus subtilis) são os produtos mais valorizados e comercializados da pesca. Dentre uma infinidade de espécimes da fauna ictiológica da região (LABOHIDRO - UFMA), podemos citar pela sua alta ocorrência:

• peixe-pedra (Genyatremus luteus)

• favinha (Chloroscombrus chrysurus)

• tibiro (Oligoplites palometa) – riquíssimo em ômega 3

• pargo (Lutjanus purpureus), carapitanga

• corvina, pescadinha boca-mole ou gó (Macrodon ancylodon)

• tainha (Mugil sp, Mugil curema, Mugil gaimardianus)

• peixe-serra (Scomberomorus maculatus),

• camorim (Centropomus undecimalis),

• cabeçudo (Stellifer brasiliensis)

• escrivão (Eucinostomus argenteus)

• paru (Chaetodipterus faber)

• sardinha ou ginga (peixe), a (Opisthonema oglinum). Ou pela sua exoticidade:

• arraia (Dasyatis sp),

• mero (Epinephelus itajara)

• pacamão (Batrachoides surinamensis)

• baiacu (Colomesus psittacus)

• tralhoto (Anableps anableps)

• solha (Achirus achirus)

• guaravira (Trichiurus lepturus)

Sem contar, várias espécies de bagres e similares: bandeirado (Bagre bagre), bagrinho, uriacica (Cathorops spixii), cangatã (Arius quadriscutis ), uritinga (Arius proops), gurijuba (Arius parkeri) e papista (Pseudauchenipterus nodosus ) (SUDEPE, 1976. Superintendência do Desenvolvimento da Pesca. Prospecção dos Recursos Pesqueiros das Reentrâncias Maranhenses. Governo do Maranhão, p. 124). Quanto aos mariscos: sarnambis, ostras, sururus, caranguejos (Ucides cordatus) e siris.

O município de Cedral é recortado por fluxos de água doce, pela grande quantidade de mananciais d’água cristalina, estes pequenos rios são protegidos por uma mata ciliar chamada igapó, sendo frequentemente usados pela população para o banho e diversão.

O trabalho artesanal ainda é comum na vida quotidiana, mas não há iniciativa para a produção tendo em vista fins lucrativos. Da palha do babaçu, fazem-se esteiras, abanos e cestos (cofos). Redes de algodão tecidas em tear manual e rendas de almofada (bilro) costume trazido pelos colonos portugueses estão em processo de desaparecimento.

O comércio de gêneros alimentícios industrializados, roupas, calçados, móveis, eletrodomésticos e materiais de construção é crescente principalmente na sede do município

Apesar dos abundantes recursos naturais, principalmente hídricos, que favorecem a existência de um bioma rico e diversificado, a pobreza é um problema que tem assolado gerações de cedralenses, em decorrência da falta de iniciativa no que diz respeito ao desenvolvimento de programas de beneficiamento da agropecuária familiar, pesca, extrativismo vegetal e outras culturas. Não existem empresas privadas de grande porte e os empregos dependem de órgãos públicos. Boa parte das famílias sobrevive com benefícios do governo federal.

Contudo, por dispor de um solo fértil e a Natureza exuberante, a fome e a seca não fazem parte da realidade do município. O turismo tem sido uma fonte de renda que vem sendo explorada de forma ainda pequena, mas tende a ser bem promissora.

A economia gira em torno dos órgãos públicos e da pesca, sendo a fonte de renda maior.

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